As escolas públicas terão registado "cerca de um milhar" de casos de agressões a professores, funcionários e alunos no último ano lectivo. O número foi revelado ontem por Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), à saída de uma reunião sobre violência escolar no Ministério da Educação. Formalmente, o Ministério continua a reservar para "momento oportuno, em breve", a divulgação dos valores exactos. Mas os dados adiantados no encontro ao sindicalista já apontam para uma descida significativa das ocorrências. Em 2007/08 - o último ano de que há balanço oficial - tinham sido contabilizadas 1656 agressões nas escolas, 1317 das quais tendo por alvo os professores, 206 alunos e 133 auxiliares e outros funcionários não docentes.
Ainda assim, Mário Nogueira considerou os números "preocupantes" e um sinal de que este "é um problema" que afecta os professores, mesmo reconhecendo que "a violência não é o dia-a- -dia das escolas". Para "reforçar a autoridade dos professores", a Fenprof levou várias propostas à reunião, na qual marcaram presença a ministra, Isabel Alçada, o secretário de Estado adjunto, Alexandre Ventura, e a comissária Paula Penedos, coordenadora da equipa de missão para a segurança nas escolas. As reivindicações - que já tinham sido divulgadas pela Federação - contemplam a atribuição aos professores do estatuto de autoridade pública, o qual, lembrou Nogueira, permite a "aplicação do princípio de presunção de verdade" nos seus actos, nomeadamente de natureza disciplinar. Outras propostas da Fenprof são a aposta, com carácter prioritário, em acções de formação de professores orientadas para a gestão e a consideração do stress profissional como uma doença profissional dos docentes. Medidas para as quais Nogueira disse ter notado um acolhimento "positivo" do Ministério.
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