A Câmara de Matosinhos optou por fechar quatro escolas antes de concluir um plano de desactivação de cerca de 60 prefabricados que estão ainda a ser utilizados como sala de aulas. Matosinhos não tem qualquer escola com menos de 20 alunos, mas decidiu fechar escolas (Foto: Daniel Rocha) “Os prefabricados são, em muitos casos, bem melhores do que as salas de aula que existiam noutros locais”, justificou o vereador do pelouro de Educação, Correia Pinto. Em declarações à Lusa, o autarca adiantou, contudo, que a Câmara de Matosinhos prevê desactivar todos os pavilhões prefabricados até ao final do mandato, num plano que contempla também a construção de 245 novas salas de aula.
Matosinhos não tem qualquer escola com menos de 20 alunos mas, ainda assim, decidiu avançar com encerramentos de escolas aonde faltam infraestruturas complementares. Questionado sobre o caso particular da freguesia de Lavra, Correia Pinto confirmou que a autarquia fechou a escola de Antela, remodelada há uma década, e transferiu um prefabricado ali instalado para outra escola local, a de Agudela. Os 40 alunos de Antela vão para a escola da praia de Angeiras, “a 800 metros de distância” e o prefabricado que lá existia vai para a escola da Agudela, onde funcionarão dez turmas, precisou. A opção por fechar uma escola numa freguesia onde foi preciso manter o recurso a prefabricados para garantir as salas de aula necessárias é resultado, segundo o vereador, da vontade manifestada pelos pais. “Os alunos que estão na Agudela são dali e os pais preferem ter os filhos num prefabricado a transferi-los para outra escola”, referiu. Correia Pinto admitiu ainda o fecho, em próximos anos lectivos, de outra escola de Lavra, a da zona de Paiço, que poderá ser convertida em creche. Já a escola de Antela, agora desactivada, será colocada ao serviço do associativismo local, caso vingue uma proposta que disse já estar nas mãos do presidente da Câmara. O vereador anunciou ainda o propósito de rever a Carta Educativa do concelho, em vigor há quatro anos, o que poderá resultar em novos reajustamentos do parque escolar. O presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, afirmou terça-feira que neste ano encerram quatro escolas do concelho e no próximo outras quatro. “Estamos a encerrar escolas que vão muito para além de funcionarem com uma ou duas turmas”, disse, acrescentando que a Câmara entende que “não faz sentido ter centros escolares com quatro salas ou turmas”, sendo obrigação da autarquia “ter escolas sedutoras”.
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