A ministra da Educação desvalorizou hoje a polémica em torno do dicionário que contém asneiras e foi recomendado a crianças do 1.º ciclo, lembrando que os dicionários estão disponíveis nas bibliotecas e que este caso deve ser uma excepção. Isabel Alçada disse acreditar que é um caso pontual. A edição de hoje do Diário de Notícias revela que há escolas que estão a recomendar a alunos do 1.º ciclo um dicionário com palavrões relacionados com os órgãos sexuais e com actos sexuais.
“O critério para os dicionários destinados aos alunos dos 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico é não registar vulgarismos, pelo que não é recomendado para crianças entre os seis e os dez anos”, lê-se na edição de hoje do Diário de Notícias, que avança que aquele dicionário da Porto Editora foi recomendado aos estudantes do 1.º ciclo do Agrupamento Vertical de Escolas Cetóbriga, em Setúbal. Questionada pelos jornalistas à margem de uma conferência sobre leitura e escrita, a ministra da Educação defendeu que “os instrumentos (livros) têm de ser ajustados às idades das crianças” e que essa é uma das linhas de orientação do Plano Nacional de Leitura: “ajustar os instrumentos de trabalho à idade e ao nível das crianças”. Para Isabel Alçada, “os professores e as escolas têm uma capacidade de análise para interferir e seleccionar aquilo que é mais adequado”. “Eu confio nos nossos professores para o fazer”, afirmou a ministra à saída da conferência que decorreu esta manhã na Fundação Calouste Gulbenkian. Isabel Alçada considera que a história hoje revelada pelo Diário de Notícias é uma excepção à regra: “Não podemos ter uma generalização de um caso ou outro que foi detectado e naturalmente que o acompanhamento de desenvolvimento tem de ser feito ao nível da escola”. Independentemente da polémica, Isabel Alçada lembrou que “os dicionários são instrumentos de consulta que estão nas bibliotecas. São obras de referência e as crianças têm sempre acesso a essas obras de referência mesmo nas bibliotecas escolares”.
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