Associações de pais aceitam, mas querem que as famílias sejam "avisadas a tempo" de arranjar alternativas para os dias 5 e 7 de Maio. Enquanto milhares de estudantes dos 4.º e 6.º ano do ensino básico se preparam para fazer as provas de aferição de Língua Portuguesa e Matemática, na quarta e sexta-feira da próxima semana, respectivamente, os pais dos restantes alunos devem começar a preocupar-se com a possibilidade de nesses dias encontrarem as escolas encerradas.
Mesmo Albino Almeida, o presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap) que no ano passado se insurgiu contra a situação, aceita que nalguns casos "não há alternativa". A polémica estalou no dia da realização da primeira prova, no ano passado, quando Albino Almeida acusou as escolas de não terem avisado as famílias de que os estabelecimentos estariam encerrados ou de o terem feito, apenas, na véspera. No mesmo dia, Maria José Viseu, da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), desdramatizava, dizendo que os pais tinham sido avisados com tempo. Mas o certo é que a então ministra Maria de Lurdes Rodrigues mostrou incómodo face à situação, garantindo mais dois dias de aulas às crianças que nesses dias não foram às escolas. Aquela promessa - que não terá sido cumprida, pelo menos na grande maioria dos casos - não é agora renovada pelo Ministério da Educação, que através do gabinete de imprensa explica que esse tipo de compensação "não está previsto na legislação em vigor". E tanto Albino Almeida como Maria José Viseu aceitam que, tal como estava determinado no ano passado (por despacho), venham a encerrar, também este ano, aquelas escolas que, "por manifesta limitação ou inadequação de instalações, não possam adoptar medidas organizativas ajustadas para os anos de escolaridade não sujeitos a exames". "O importante, nesses casos, é que os pais sejam avisados a tempo de arranjar locais alternativos para deixar as crianças", considera Albino Almeida. Segundo o Ministério da Educação, este ano as provas realizam-se duas semanas antes do habitual devido à necessidade de conceder mais tempo para a classificação das provas. É assegurado ainda, que tal não prejudicará o trabalho de professores e alunos já que a antecipação, "como outros factores, é tida em conta na elaboração da prova", justifica. Armindo Cancelinha, da direcção da Associação Nacional de Professores, assegura que a antecipação "não causou qualquer perturbação nas escolas", onde é considerado "importante que os resultados das provas cheguem antes do final do ano lectivo". Formalmente, as provas não contam para a classificação final do aluno mas, como realça aquele dirigente, "não deixam de ser mais um elemento de avaliação, como a participação ou o comportamento", exemplifica. Os professores correctores não conhecem a identidade dos alunos, mas, depois de corrigidas, as provas são devolvidas às escolas, para publicação das respectivas pautas. Mais tarde é ainda facultada a informação sobre o resultado do desempenho dos alunos a nível nacional "com vista a uma reflexão colectiva e individual sobre a adequação das práticas lectivas".
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