A professora acusada de ter plagiado a sua tese de doutoramento pediu a demissão do Instituto Politécnico do Porto (IPP). O eventual afastamento da docente está ainda a ser avaliado pela Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG), onde esta leccionava. O caso está sob investigação da Universidade do Minho (UM), instituição que concedeu o grau de doutor, devendo as conclusões ser conhecidas até ao final do mês. O pedido de demissão da docente foi confirmado ao PÚBLICO pela presidente do IPP, Rosário Gambôa. Segundo aquela responsável, a carta em que é solicitada a cessação de funções foi enviada à direcção do instituto na semana passada. "De acordo com os estatutos, compete agora à direcção da ESEIG pronunciar-se sobre a questão", avança aquela responsável.
A professora pretende pôr fim à sua ligação ao IPP, onde ocupava o cargo de professora adjunta desde 2006. Na carta de demissão não são evocados quaisquer motivos que justifiquem o pedido. Apesar das várias tentativas feitas, também não foi possível obter um esclarecimento por parte da docente sobre quem recaem as acusações de plágio. Há três semanas, politécnico e universidade receberam uma carta anónima que denunciava que o grau académico teria sido obtido com base numa tese plagiada. O caso está, desde então, sob investigação da UM, devendo as conclusões desse inquérito ser conhecidas ainda este mês. "Trata-se de um processo que necessita ser devidamente investigado, impondo-se uma averiguação e confirmação dos factos, necessárias à tomada de uma decisão legalmente enquadrada", justifica a reitoria em comunicado. Caso se confirme que a tese é plagiada, a professora do IPP perderá o grau de doutor e terá ainda que devolver a bolsa de doutoramento que recebeu durante quatro anos. As conclusões terão ainda que ser comunicadas ao Ministério Público, uma vez que o plágio é considerado crime e tem uma moldura penal que pode chegar aos três anos de prisão.
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